Dra. Patricia Salve

A tontura está entre as queixas mais comuns nos consultórios médicos, e as pessoas costumam associar este sintoma a algum problema no labirinto, mas nem sempre isto é verdade. Primeiro, é importante diferenciar tontura de vertigem. Tontura consiste em sensação de mal-estar, instabilidade e perda de equilíbrio. Já a vertigem é sensação de rotação do ambiente ou do próprio corpo percebido pelo indivíduo e que geralmente vem associada a náuseas e/ou vômitos. Os movimentos da cabeça tendem a piorar a vertigem, e pouco ou nada influenciam nos quadros de tontura. A vertigem, apesar de ser um sintoma clássico de doença do labirinto, não é exclusiva desta patologia, podendo estar presente em casos de enxaqueca, diminuição da glicose no sangue, etc. Da mesma forma, alterações vestibulares podem se manifestar na forma de tontura.
Além das doenças do labirinto, existem outras causas importantes de tontura como as alterações na glicose sanguínea, anemia, colesterol alto, alterações hormonais, enxaqueca, pressão alta ou baixa, reação a medicamentos, problemas de visão, arritmias cardíacas e problemas cervicais. Por isto, na abordagem do paciente com esta queixa, é necessária avaliação global do indivíduo de modo a excluir todas as possíveis causas, além de testes específicos para avaliar o labirinto, se for o caso. Então, caso você tenha estes sintomas, NÃO DEIXE PROCURAR ORIENTAÇÃO MÉDICA! O diagnóstico correto direciona o tratamento e é essencial para o controle do sintoma. E NUNCA SE AUTOMEDIQUE! O remédio que foi bom para o seu vizinho não necessariamente será bom para você! 

Se você é daqueles que só de pensar em entrar num carro, avião ou barco já começa a passar mal, então é provável que você tenha CINETOSE. A cinetose ou “mal do movimento” caracteriza-se por mal-estar que surge nas viagens de carro, navio, trem ou avião, podendo acontecer também em alguns brinquedos de parques de diversão, vídeo games e simuladores. Além da náusea e vômito, muitos pacientes também referem dor de cabeça, tontura, suor frio e palidez. Esses sintomas são causados por um conflito de informações que chegam ao sistema nervoso central através do labirinto (ouvido interno), visão e propriocepção (tato). Acomete homens, mulheres e crianças, principalmente entre 2 a 12 anos de idade. Há um predomínio nas mulheres, com aumento da incidência na gravidez. Pessoas com enxaqueca também são mais suscetíveis a desenvolver o problema. O diagnóstico é feito pelo médico otorrinolaringologista através da história e avaliação clínica. Pode ser necessário realizar exames complementares para excluir outras causas. O tratamento geralmente é feito com exercícios de reabilitação vestibular e medicamentos que devem ser iniciados um pouco antes da viagem. Dicas para quem sofre de cinetose.
- Sente na frente do carro, se possível
- Fixe o olhar no horizonte
- Não leia e evite mexer no celular
- Evite os odores fortes
- Não coma antes de viajar
- Não consuma bebida alcoólica e não fume
Procure um otorrino e boa viagem!!!

Vertigem, zumbido, sensação de ouvido tampado e surdez são as características desta síndrome, também chamada de hidropsia endolinfática. A surdez neste caso é flutuante, ou seja, há períodos de melhora e piora da audição. Isto se deve a um aumento de pressão no líquido interno do ouvido chamado de endolinfa. As causas desta síndrome ainda não estão bem elucidadas, mas acredita-se que fatores genéticos, alergias, alterações no sistema imunológico entre outros podem estar associados. As crises geralmente começam com a sensação de ouvido tampado evoluindo para vertigem, náuseas e zumbido, podendo durar horas. A audição, apesar de ser flutuante, tende a diminuir ao longo do tempo, com perda inicialmente nas frequências mais graves. Para o diagnóstico, utilizamos os critérios clínicos que caracterizam a síndrome. Além disto, a avaliação com audiometria e eletrococleografia podem ajudar. O tratamento é sintomático para obter alívio dos episódios vestibulares e preventivo para limitar a progressão da perda auditiva. As opções incluem restrição de sódio, medicamentos, aplicação de drogas intratimpânicas e raramente cirurgia.

Você conhece alguém que comprou um aparelho auditivo, usou por um período e acabou abandonando o mesmo em uma gaveta qualquer? Pois é, isto ainda acontece. E ocorre em boa parte das vezes por total falta de informação. Sendo assim, seguem alguns esclarecimentos:
• Aparelho auditivo não é tudo igual. Existem diversas marcas, modelos, tecnologias e preços.
• O aparelho deve ser escolhido considerando o tipo e grau de surdez (nem todo aparelho está indicado para todo tipo de surdez), presença de zumbido, facilidade de manuseio, poder aquisitivo e expectativas do paciente.
• Após a compra, mesmo que o aparelho seja indicado para aquele tipo de surdez, é necessário fazer uma adaptação, cujo tempo vai depender de cada paciente. Ainda, deve-se fazer visitas periódicas ao fonoaudiólogo especialista em próteses auditivas para revisão, calibração e outros ajustes. Levando tudo isto em consideração, a chance de um aparelho ir parar na gaveta diminui bastante, já que as próteses auditivas quando bem adaptadas trazem grandes benefícios na audição, interação social, qualidade de vida e autoestima.

Talvez você já tenha ouvido falar neste quadro angustiante, onde a surdez se instala rapidamente e sem uma causa aparente. Pode acometer um ou ambos ouvidos, sendo comum o quadro unilateral. Zumbido e tonteiras também podem ocorrer. Existem várias causas associadas: infecciosas, vasculares, autoimunes, tumorais, etc., no entanto, a maioria dos pacientes acaba sem uma etiologia definida. É MUITO IMPORTANTE PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. O início precoce do tratamento aumenta a chance de recuperação. Infelizmente alguns pacientes ficarão com sequelas. Nestes casos, temos opções de reabilitação. CUIDE-SE

Uma alimentação saudável é fundamental para se ter saúde. No caso do ouvido especificamente, alguns erros alimentares podem ser a causa do zumbido ou ainda piorar um zumbido pré-existente de outras causas. Portanto, se este é o seu caso, fique de olho nestas dicas:
• Evite o jejum prolongado. Não se deve ficar mais de três horas sem comer.
• Cuidado com o excesso de cafeína! No caso do café, no máximo três ou quatro xícaras por dia. Lembrando que outras bebidas também têm cafeína como chá preto, chá verde, mate, chocolate, refrigerante à base de cola e chimarrão.
• Evite doces e comidas gordurosas.
• Algumas frutas com alto índice glicêmico, como banana e melancia por exemplo, também devem ser ingeridas com moderação.
• Beba bastante água.
• Modere a ingestão de álcool.